Olá pessoal.
Sou o papai dessas três
naniquinhas e vou, neste espaço, falar um pouco da minha percepção
do lado masculino da “profissão” de pai, ao narrar fatos ou
compartilhar aprendizados obtidos a partir das minhas experiências
com as três, para pais em geral, mas principalmente para aqueles
que, como eu, pretendem participar mais ativamente da criação de
seus nanicos, e que estão aprendendo a vencer os desafios envolvidos
na formação do caráter de seus anõezinhos, mas que também vem
descobrindo que as pequenas alegrias e a satisfação pessoal que os
filhos nos trazem são muito, mas muito maiores mesmo, do que as
famosas preocupações e dores de cabeça que nossos pais sempre nos
falaram.
E acho que um ponto
interessante para começar é justamente esse. Por que todo mundo
sempre nos fala das dificuldades envolvidas na criação dos filhos,
mas ninguém nunca nos conta (pelo menos para mim nunca falaram)
sobre como é gratificante ser papai. Parece até que querem guardar
esse prazer em segredo para si mesmos. Por que será que nunca nos
contaram (aos homens) como é lindo e reconfortante o som da
gargalhada de um bebê, ou como é gostoso o cheiro de seus cangotes
(as meninas sabem disso desde cedo). Ou que a sua simples presença,
com seu sorrizão sincero e espontâneo - simplesmente por que o
papai chegou em casa - é suficiente para eliminar o estresse e fazer
esquecer mesmo o mais infernal dos dias de trabalho. Bom, pelo menos
esta é a minha experiência. Calma aí, gente, ninguém também etstá
falando que ser pai seja fácil, antes pelo contrário. Dá um
serviço danado, e exige um grau “dalailâmico” de paciência e
comprometimento. Mas que as recompensas compensam, e muito, isso
também é verdade.
E
assim, chego a outro ponto. Talvez nossos pais nunca tenham nos
falado disso, simplesmente por que não viveram esta experiência. O
papel do pai dentro da família encontra-se em evolução, e
certamente hoje esperam-se de um pai posicionamentos e atitudes
diversas do que se esperava no passado. Sou de uma geração em que
os papéis masculino e feminino dentro da família eram muito bem
definidos por convenções sociais pré-estabelecidas e raramente
questionadas. A lida diária, o cuidado e a educação dos filhos
eram, inquestionavelmente, responsabilidade da mulher, inseridos
dentro de uma gama mais ampla de atividades domésticas necessárias
à organização da casa, as quais eram aceitas como essencialmente
femininas. O papel masculino era muito mais de provedor financeiro, o
responsável por “não deixar faltar nada em casa”. Se esta
obrigação fosse cumprida, o pai, que afinal de contas trabalhava o
dia todo, ao chegar em casa deveria ser tratado até com certa
reverência, sendo deixado em paz para descansar das atividades
relacionadas ao seu trabalho, consideradas certamente muito mais
exaustivas e importantes que as tarefas do lar. Assim, o contato do
pai com os filhos era sempre muito mais distante, severo e frio. Sei
inclusive de casos de alguns amigos que me relataram que o papel de
seus pais em sua criação limitou-se, na infância, a administrar a
disciplina, e depois, no final da adolescência, a ensinar as famosas
coisas da vida, o que resumia-se a iniciar o moleque na casa de
reputação duvidosa mais próxima. Em ser tratando de meninas então, o contato era quase nulo.
Não estou aqui querendo
discutir este modelo de família (embora não concorde com ele), mas
apenas colocando que hoje este modelo está sendo gradualmente
revisto, e discutindo as consequencias disto. Afinal, agora as mamães
também trabalham fora, e, portanto, a divisão das tarefas
domésticas necessariamente acaba tendo que ser revista. Assim, cada
vez mais vemos papais trocando fraldas, dando banho, amamentando (com
mamadeiras, né, dããã), acordando (putos) de madrugada e,
consequentemente, descobrindo perplexamente que isso é o MÁXIMO. É
uma maneira de passar um tempo maior com seus filhos, e aproveitar
tudo de bom que eles tem para oferecer. No meu caso, por exemplo, a
hora em que dou banho nas nanicas é sensacional, fazemos uma zona no
banheiro, é realmente muito divertido. E já consigo perceber, pelo
comportamento das mesmas em comparação com outras crianças que
conhecemos e que são criadas no modelo “tradicional”, que esse
contato para elas também é muito importante, e que, aliada a outras
coisas, obviamente, a maior presença paterna tem contribuído para
que elas se desenvolvam com um grau maior de segurança,
independência e auto-estima, o que acaba se refletindo em um
comportamento mais calmo e temperamento mais maleável. Tanto assim
que ouvimos o tempo todo como temos sorte de termos meninas tão
calminhas, que elas são muito “educadinhas”, e sinto orgulho em
saber que, ao menos em parte, venho bem desempenhando meu papel para
contribuir para que isso seja assim.
Outra coisa importante,
senão a mais importante nisso, é o fato de que, se você participar
mais, a mamãe vai consequentemente ter menos coisas pra fazer, e
portanto, ter mais tempo pra si mesma, sentir-se menos cansada e mais
feliz. E como mamães mais descansadas e felizes são esposas mais
descansadas e felizes e mulheres mais descansadas e felizes (leia-se
receptivas), preciso desenhar onde isso acaba? Ou seja, meu caro,
você acaba sendo um papai mais “cansado porém feliz” muito mais
vezes.
Por isso, meus caros
amigos, deixo a todos (desde o Maguila até o David Beckham) a
mensagem para que tentem participar mais ativamente da rotina de seus
filhos. Trocar fralda não faz cair a mão, e dar um banho não
desbota. E o resultado compensa o cheirinho e a umidade em 300%.
Abraços
Marlon
3 comentários:
Oi primo!!
Eu sempre acompanho as atividades de vocês pelas postagens da Renata. Gostei de ler o que tu escreveu. E sendo filha de uma geração um pouco menos antiga que a tua..ou talvez pela própria estruturação familiar lá de casa..(filha de mãe Konzen...sabe né??)sempre senti meu pai muito presente na minha vida e posso dizer que isso foi super importante pra mim.. Portanto..parabéns! A Helena, a Flora e a Iris merecem todo teu carinho! Beijo
LINDO!!!!!!
Renata,preciso dizer que me apaixonei por esse pai (na melhor forma positiva que mães podem dizer)??
Pois é, concordo com tudo.
É super gratificante conviver com os filhos; mães menos cansadas são mais felizes;mães que tem um companheiro cúmplice e parceiro, são mais felizes;crianças felizes;casal feliz...mais filhos felizes(ops,só se quiserem aumentar a família!!..rrsrsr)
Seja bem vindo papi das princesas Bermudez.
Ahh,parabéns 2,que delícia de escrita. Parece um bate papo.
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