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quinta-feira, 24 de maio de 2012

More or less attachment parenting



Oi gente

Eu sempre reluto muito em entrar nessas discussões sobre as formas de criar os filhos por causa da polêmica. Na verdade, isso é tipo religião, futebol e política. Pouca gente está aberta a refletir sobre os argumentos contrários ao suas convicções. Mas, agora que a discussão já esfriou um pouco e EU já refleti sobre o assunto, vim militar a favor do "more or less" attachment parenting.

Aqui em casa foi assim, eu tentei ter parto natural e não consegui. Os motivos alegados eram muitos mas hoje fico pensando se não me convenceram do que era mais "prático". Como águas passadas não movem moinhos, parti para a criação da filhotada.

Comecei pela amamentação. Sim! Apesar das críticas que ouvi em TODOS os lugares, minhas 3 filhas ficaram até os 6 meses só no peito. Muita gente me disse que elas não ganhavam peso suficiente, que iam desidratar, que iam enjoar de leite, que não iam comer mais nada depois. Mas, eu que quase não sou teimosa, firmei o pé e andava com o peito para fora por aí.

Mas, com Helena, conforme ela cresceu e percebi que ela tinha fome de 4 em 4 horas, eu amamentava com hora marcada. Sempre prestei atenção nos picos de crescimento, durante os quais passava quase o dia todo amamentando. Com Iris e Flora, foi mais imperativo ainda. Eu passava 9 horas por dia amamentando e comecei a sofrer as consequências da privação de sono e ficar doente. Então, ou entrava na mamadeira, ou organizava a bagaça. Então, cronometrei de quanto em quanto tempo elas pediam para mamar e aos poucos fui colocando horário nelas também. Com isso, preservei minha saúde e a delas pois pude continuar amamentando.

No mais, esse negócio de dois lados, não me serve. De um lado, mães que vivem exclusivamente em função de seus filhos, muitas vezes, criando filhos super dependentes. De outro, mães que largam seus filhos o dia todo na escola e quando chegam em casa ligam a televisão, a babá eletrônica, em prol da independência.

Aqui é assim. As crianças têm suas necessidades orgânicas atendidas antes que elas se tornem imperativas. Ou seja, antes que a criança surte de fome e dê chiliques, eu já dou a refeição balanceada direitinho. Antes das crianças surtarem de sono, eu faço dormir para manter a capacidade de aprendizado e convivência.

As necessidades afetivas são assim: se caíam ou choravam, eu acalmava (e acalmo) com colinho, carinho, musiquinha. Nunca achei boa ideia dar o peito ou suquinho ou mamadeira nessa hora para não associar a sensação de conforto com comida. Mas, fico com elas e amasso bastante  faço muito carinho. Até que elas decidam sair do colo. Quando se sentem inseguras, com medo ou doentinhas, hoje em dia uso o sling. Elas ficam super tranquilas.

A independência, eu estimulo pela auto-estima. O importante para mim é que elas saibam que acredito em seu potencial. Quando estão no colo encolhidas, sempre falo "Quer ir, lá? Pode ir... se ficar com medo, volta que eu estou aqui." E assim elas se aventuram com a segurança de que sempre estarei aqui para ajudá-las. Quando algo que Helena faz dá errado, ao invés de concertar ou apaziguar, ajudo ela a se acalmar e refletir sobre o que deu errado. Assim, ela poderá aprender para não repetir o erro da próxima vez. Tudo que elas podem fazer sozinhas, fazem. Quando falo que as gêmeas, com 1 ano e 9 meses já pegavam a roupa suja e colocavam no cesto, tem gente que quase cai para trás. Mas assim, elas aprenderão a ajudar. Quando Helena ou as gêmeas choram porque não conseguem fazer algo, acalmo elas e fico do lado, mostrando como se faz e elogiando o progresso. Se eu simplesmente atendê-las, demorarão muito mais para aprender e poderão achar que não têm capacidade, né?

Cama compartilhada
Aqui em casa, algumas coisas sempre foram muito bem resolvidas. Minhas filhas NUNCA passaram uma noite na minha cama. Por que? Porque eu não funciono sem dormir direito e sempre MORRI de medo de rolar por cima das meninas. Isso fazia com que eu não dormisse se estivesse no mesmo quarto. Até hoje, quando viajamos e dormimos todos juntos, meu sono é horrível! Resultado, pouquíssima paciência no dia seguinte.Então, não... cama compartilhada não é para nós. Ensinei minhas filhas a dormirem sozinhas desde recém-nascidas, o que no caso da Helena (que originalmente dormia no colo) foi fruto de dois dias estressantes para mim e para ela. Mas esses dois dias trouxeram tanta harmonia para nossa casa que não me arrependo nem um pouco. Com as gêmeas eu já tinha aperfeiçoado a técnica e foi tudo muito tranquilo.

A vida do casal
A maioria dos leitores desse blog sabe que trabalho com consultoria para família (mas se não sabe, entra aqui: http://www.sosseguinho.com.br). E percebo que muitos casais passam por problemas por se anularem em função dos filhos. Claro que nos primeiros meses, a criança vai tomar todo seu tempo e é claro que você vai ter que abrir mão de muita coisa (se você acha que não, por favor, não tenha filhos ainda) mas, a mulher não precisa deixar de ser mulher para ser mãe, nem o pai deixar de ser homem.

Mas, na minha experiência, a cama compartilhada por muito tempo (mais de um ano) e a proibição de sair sem os filhos (mesmo que seja uma vez a cada 6 meses) faz com que o casal deixe de viver como casal. Muitos me chamam para suas casas já como última alternativa para salvar o casamento. Portanto, antes que isso aconteça, nós, beeeeeemmm de vez em quando, damos uma escapadinha se temos alguém de confiança para ficar com a molecadinha.

Conclusão:

Me baseei nesse texto aqui que traz o ponto a ponto do Attachment Parenting: http://www.ivillage.com/what-attachment-parenting/6-a-127876

E cheguei à conclusão de que existem vários graus de attachment parenting. O que eu não aplico à risca é:
Atender a qualquer choro da criança imediatamente: mesmo quando as crianças eram muito pequenas, nunca fui de correr a cada resmungo. Esperava um pouquinho e, se não parasse ou piorasse eu ia ver o que acontecia. Até hoje, sempre dou uma chance delas se acalmarem sozinhas. São um ou dois minutinhos. Se elas não conseguirem, vou dar uma olhada e acalmar.
Cama compartilhada: mas, pelo texto, isso não é pré-requisito. Então, está criada a nova maneira de cuidar da filhotada:

The More or Less
Attachment Parenting

Mais alguém se identifica?



2 comentários:

Anônimo disse...

Me identifiquei bastante com seu texto, aqui em casa também funciona assim.
Você escreveu conserto com C, creio eu que foi erro de digitação né?? Você é tão culta que amo ler seu blog, a forma como apresenta a cultura pra suas filhas é tudo. Bjoss

Cristina disse...

Obrigada pela visitinha, imagino mesmo seu susto ao descobrir qoue eram gemeas, acho que eu ia cair de costas tb rsrsrrs..
Adorei seu post e comigo funciona assim tb, apenas a cama compartilhada que foi um erro. Ágatha já era grande e ficou muito doente, então deixei dormir comigo a partir dai não tive mais "sossego", mas tudo bem, vou tentando tirar aos poucos.
Bjos Cris