O parto e a primeira semana de vida das minhas pequeninas

Oi gente

Antes de mais nada gostaria de agradecer os recadinhos cheios de esperança e carinho que vocês têm me mandado. Gostaria de respondê-los individualmente mas infelizmente entre visitas à UTI e sessões de coleta de leite me sobra muito pouco tempo e fico bastante cansada. Mas leio todos eles, tá? E adoro recebê-los.

Vamos falar hoje que estou mais calma e sossegada, sobre o nascimento de minhas duas pricesinhas e de sua luta nesses primeiros dias.

Na quarta-feira passada, tive algumas contrações com bastante dor. Já era noite e fui deitar depois de tomar a inibina. Elas cederam mas já falei para minha mãe que achava que não chegaríamos à consulta com a Dra. no dia 26. E eu estava certa!

Na quinta, no período da tarde comecei a ter mais contrações. Quase na hora do jantar tive uma bem forte e minha mãe teve que me ajudar a trocar de posição para que ela melhorasse. Eu já havia passado o dia todo sentindo como se meu quadril estivesse com um lado desconectado do outro. para ficar em pé até para ir ao banheiro era muito difícil.

 Eu na drenagem na quinta de manhã

Minha mãe tinha feito uma sopa de capeletti e sentei para comer. No final do jantar, tive outro bem forte. Tive que levantar e apoiar as mãos na mesa para aliviar a dor.

Resolvi então que era hora de ligar para a médica. Contei como estavam as contrações (com cerca de 15 minutos de intervalo) e a sua duração (entre 1:30 e 2:00 minutos). Ela disse que ia ver qual hospital tinha vaga e me retornou a ligação me mandando para a FEMINA. Coloquei mais umas coisinhas que faltavam nas malas e fomos. Eu tinha esperança de que ela me internaria e seguraria as pequenas mais um pouco.

O problema é que quando ela fez o toque eu já estava com uns 3 cm de dilatação. Daí para frente foi tudo muito rápido. A enfermeira veio colocar a camisola em mim e foi cômico. Por causa do tamanho da barriga, a camisola não fechava. Eu falei que não ia desfilar daquele jeito pelo hospital. A moça então resolveu colocar uma pela frente para cobrir tudo - hehehehehe.

Do PA já me levaram direto para o centro cirúrgico. Em poucos minutos a anestesista já estava lá e o pediatra logo chegou também (era o mesmo do parto da Helena). Fizemos a anestesia e me deitei. Logo estava amarrada e passando mal. Foi a mesma coisa do parto da Helena. Muita ânsia de vômito e falta de ar... a sensação foi horrível até que a anestesista terminou de aplicar a medicação e passou a empurrar minha barriga para baixo, por cima da minha cabeça. Aí tudo melhorou e pude curtir o momento.

Depois de algum empurra e puxa na minha barriga, a Flora nasceu. Eu senti literalmente um "ploct" quando ela saiu. Eram 23:35 do dia 15 de julho de 2010. Logo chorou bastante e o Dr. Salim me trouxe ela para eu curtir um pouco.

Dois minutos depois nascia a Iris. Esta o Dr. primeiro levou para a salinha dos bebês para atender e depois já me trouxe ela limpinha. Segundo o Marlon que estava acompanhando tudo, ela demorou um pouquinho para começar a respirar. Mas depois veio chorando bonitinha me conhecer. Até que não as achei tão pequenininhas para prematuras.

Depois a anestesista me deu um sedativo sem me perguntar mas eu resisti bravamente. Dei uns cochilos mas não dormi pois estava com muita vontade de acompanhar tudo. Elas foram levadas para a UTI e só voltei a vê-las na sexta à tarde quando retiraram minha sonda.

Sofri bastante com a agonia de não poder pegá-las no colo e chorei bastante de emoção... Aliás, não consigo entrar na UTI e sair sem chorar mas elas estão melhorando bem. Tiveram icterícia mas já saíram do banho de luz, a Flora já respira sozinha e está apenas no oxigênio (pelo narizinho). A Iris ontem estava saindo da sedação para retirar o respirador e hoje eles já devem tentar.

O que atrasou um pouco foi porque as duas não puderam mamar o colostro logo e aparentemente desenvolveram alguma infecçãozinha (estamos esperando as culturas).

Além disso, estou uma vaquinha leiteira. Passei um dia tirando colostro na sala de coleta do hospital e o volume não chegava a encher o fundo do potinho. Depois foi aumentando as poucos e no terceiro dia começou a esguichar leite. Estou coletando todos os dias, 4x ao dia. Isso me toma praticamente o dia todo mas pelo menos me sinto como se estivesse participando. Elas ainda não estão podendo mamar, mas o leite fica armazenado no banco de leite para quando elas puderem. Quando começarem, vai ser trabalho em tempo integral. Os horários de amamentação na UTI são 09:00, 12:00, 15:00 e 18:00. Além disso temos que tirar leite para mais 4 mamadas à noite. Mal vejo a hora!